Textos e Pretextos - Mídia e Poder

A princípio um Diário de Bordo para a disciplina Mídia e Poder de Pós Graduação da Faculdade Cásper Líbero; mas, como o próprio nome diz, apenas um pretexto para escrever muitos, muitos textos sobre todos os assuntos que envolvem a Comunicação.

Nome:
Local: Santos, São Paulo, Brazil

Era cedo quando acordei, os olhos ainda pesados do sonho recém sonhado. As palavras andavam em minha cabeça e faziam barulho... Tratei de espantar o sono... Era hora de mais uma história.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

O Direito à Ternura
aula de 02/12
Hoje é o grande dia. Confesso que sempre fico em expectativa quando apresento um trabalho ou seminário, gosto de dividir com os outros temas que me interessam e o livro de Luis Carlos Restrepo foi uma grata surpresa.
Restrepo defende a utilização da ternura como ferramenta indispensável para a construção do conhecimento, "melhor conhece quem compreensivo é".
Não estamos falando da ternura amorosa, importantíssima também, mas da possibilidade de interagir com o mundo através da compreensão, do conhecimento do outro. Somente a ternura permite a construção de pontes entre os diferentes; somente a ternura abre espaço para a aceitação do novo ou do "esquisito".
A ternura pode e deve sair do âmbito familiar (quando existe) e se transformar em mais uma forma de fazer contato com o mundo exterior.
O toque e o olfato são sentidos tão esquecidos porém vitais para o ser humano, apesar disso, nossa cultura exalta a visão e a audição como forma de obter um contato seguro à distância.
Mesmo posta de lado a ternura nos faz pensar em como poderíamos viver de forma diferente se a utilizássemos.
Com o nosso seminário encerramos o curso de Mídia e Poder.
Devo dizer que esse semestre superou minhas expectativas e espero que o próximo ano siga os mesmos passos.
Até breve!!
" A vida transborda o conceito"
Tomás de Aquino

Vivo ligado?
aula de 25/11
Quem chegou atrasado a essa aula não deve ter entendido muito bem o que estava acontecendo...
Todos nós estávamos em silêncio, de olhos fechados... não, não estávamos dormindo (apesar de ser sábado de manhã), estávamos imaginando, imaginando como seriam nossas vidas sem a internet.
Confesso que me sinto mais integrada do que apocalíptica. A internet me possibilitou algumas coisas que, sem ela, dificilmente conseguiria.
O reencontro com amigos de longa data, o alívio quando procurei explicações a respeito de doenças quando minha mãe teve problemas de saúde, as constantes conversas via e-mail, msn e orkut com minha melhor amiga que mora em Campinas e o acompanhamento do crescimento de sua filha, minha sobrinha.
Apesar de ser, como muitos dizem, o mal da modernidade, para mim a internet criou a oportunidade de estar com pessoas importantes em minha vida mesmo que virtualmente.
Claro que prefiro muito mais o abraço, o toque, a conversa olhos nos olhos. Acho que todo o mistério está aí. Saber dosar o tempo e aproveitá-lo. Não é a máquina a vilã da história, ela foi criada para solucionar e amenizar problemas; o erro está em nós que de tudo utilizamos em excesso.
*********************
Tivemos uma prévia do que seria a próxima aula, dia do Seminário escolhido por mim e pela Márcia, minha amiga de trabalhos. Assistimos a trechos do filme " Alexandre, o grande" em referência a um dos capítulos do livro " O Direito à Ternura" que apresentaremos na próxima aula.
Então, até lá!!

Educar para a vida
aula de 18/11
Nesta aula tivemos o seminário a respeito do livro "Os sete saberes necessários á educação do futuro" de Edgar Morin. Nele o autor defende a idéia de que é necessária a união dos diferentes saberes para uma educação completa.
A nossa cultura costuma dividir o aprendizado em frentes distintas e não paralelas, de um lado temos a educação escolar, disciplinas imutáveis, conceitos enraizados e separados; do outro temos a evolução individual e global.
Quando essas duas realidades entram em choque o aluno não sabe como agir, não teve suas aptidões naturais desenvolvidas, muitas vezes não consegue ligar as possíveis soluções.
A escola tem de andar lado a lado com a realidade, não é possível dividir o mundo para estudá-lo, o todo é o que acompanha a parte.
Na educação é importante que se leve em consideração os dons naturais de cada um e não transformar a todos em peças idênticas.
"Pensar a parte e o todo", esse é o primeiro dos passos.
Termino esse encontro com três palavras que acredito serem essênciais para a nossa vivência: "o inefável, o indizível, o mistério".
Sabemos que existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia...

A Cultura da Mídia
aula de 11/11
O tema principal do nosso encontro nessa data foi o seminário sobre o livro " A Cultura da Mídia" de Douglas Kellner. O assunto apesar de complexo foi bem exposto e pudemos analisar algumas características do ponto de vista do autor.
Kellner identifica duas grandes visões pós-modernas, uma denominada formalista e anti-hermenêutica preocupada em descrever as formas dos textos culturais sem, no entanto, aprofundar-se neles e a outra focada em analisar o significado, a essência da mensagem indo dessa forma mais a fundo no conteúdo dos textos.
Parece-me muitas vezes que alguns textos culturais são feitos com a preocupação de transformarem-se em obras primas gramaticais ou científicas, sem o foco na mensagem.
Como jornalista sempre tive a preocupação em fazer textos que pudessem ser entendidos por médicos e lixeiros, cozinheiras e professoras.
Acredito que a boa comunicação é aquela que atinge a todos os receptores independentemente de classe social ou nível de escolaridade.
Assim como os textos são feitos para atingirem seus leitores a Publicidade é feita para atingir consumidores.
Esse foi outro assunto abordado nesse encontro. Discutimos um texto de Oliviero Toscani, ele mesmo publicitário, alertando-nos sobre os enganos da publicidade feita para vender um mundo perfeito, de pessoas perfeitas.
Essa publicidade enganosa gera, não raro, sentimentos de inferioridade, baixa auto-estima, frustração. Ao invés de revelar novos talentos, divertir e distrair, a publicidade traz conflitos entre o querer e o ter, o ser e o parecer.
É como se para sermos alguém especial precisássemos usar "aquela roupa", ouvir "aquele som" ter "o carro". Passamos a valer pelo que temos e não mais pelo que somos.
Precisamos aprender a distinguir o que realmente precisamos de coisas supérfulas, tapa-buracos emocionais.
Valer pelo ser e não pelo ter.

A falta
aula de 04/11
Pois é, nessa aula eu faltei. Como não estava de corpo presente peço licença para escrever um pouco sobre a ausência e a falta.
A ausência de algumas coisas e a falta que elas fazem.
Na ausência do amigo muitas vezes sinto falta do abraço, do ombro, do sorriso. Me consola a lembrança, o amor, a certeza do reencontro.
Sinto falta do que se foi e muitas vezes do que não foi. A ausência de coragem nos traz a falta de realização, de sucesso, de felicidade. Aprendi a fazer sem esperar receber, a fazer porque quero, porque gosto.
A ausência de contato entre as pessoas me assombra, não sentem falta do beijo, do afago, do carinho?
Algumas ausências dóem, outras, nem dá para sentir falta. As que dóem trazem lembranças, lágrimas, sorrisos, as outras, bem, não trazem muita coisa.
Existem ausências tão presentes que marcam uma, duas, muitas vidas. Trazem saudades daquilo que não conhecemos, do que perdemos, do que não tivemos.
Existem faltas que poderiam desaparecer, a falta de amor, de respeito, de solidariedade; outras existem para nos lembrarmos do que temos e não valorizamos; a falta de saúde, de força, de carinho, de quem estava ao nosso lado e deixamos partir por desleixo, costume, acomodação.
Penso nas ausências que tenho em minha vida; sou feliz por não serem muitas e algumas não definitivas.
A cada dia agradeço às presenças...

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Admirável mundo novo?
Aula de 28/10
Hoje fomos apresentados a um modelo de futuro imaginado em 1931. Aldous Huxley escritor inglês escreveu o livro " Admirável Mundo Novo" e apresentou para uma sociedade longe de ter os progressos que temos hoje a projeção de um mundo em que crianças eram "feitas" em série; o condicionamento psicológico comandava os pensamentos e ações de todos, os seres humanos eram divididos em castas de acordo com o que fora pré-determinado no momento de sua criação e o consumismo desenfreado supria todas as necessidades auxiliado, claro, por uma droga denominada Soma.
Além do seminário tive a oportunidade de ler o livro, confesso, é uma leitura inquietante. Apesar de saber que se trata de ficção não é difícil imaginar a transformação de nossa civilização em uma cultura que aboliu definitivamente os laços afetivos, transformou o sexo casual em padrão modelo de comportamento e colocou o progresso científico e tecnológico acima de tudo.
Tento me imaginar dentro da história e percebo que muitos dos temas abordados são parte de nossa vida cotidiana, sem que nos demos conta disso, óbvio que não com a mesma intensidade das situações narradas mas percebo uma grande alienação por parte das pessoas, como a vivida pelas personagens graças ao uso do Soma. Percebo também o quanto a fuga do ser humano das dores emocionais pode ser prejudicial; o medo da morte transforma-a em algo banal, sem importância porque o próprio ser que morreu valia pouco para seus semelhantes.
Se dissermos que existem semelhanças decerto que muitas pessoas dirão que isso é um absurdo, mas me pergunto se não estamos caminhando para uma sociedade dominada pelo comodismo e a alienação, pela falta de apego e de afeto, pela indiferença com o próximo, com seu semelhante, com aqueles de sua raça, a raça humana.
****************
Será o fim do Jornalismo impresso?? Por Deus espero que não. Essa dúvida que acompanha a todos nós apaixonados pelo desenho das letras no papel de jornal foi trazida até nós como mais um assunto a ser abordado.
Com as novas mídias o jornalismo impresso perderá seu lugar na comunicação??
Creio que, como tudo no mundo, ele terá de se adaptar. A rapidez da informação veiculada na internet, televisão e demais mídias tira a exclusividade, o "furo" do jornal, isso é verdade mas, eu pessoalmente aposto em uma nova tendência, na verdade nem tão nova assim já que seu "boom" deu-se na década de 60, mas que há muitos anos ficou esquecida.
Acredito que o Jornalismo Literário virá para "salvar" o bom e velho Jornalismo Impresso.
As pessoas estão carentes de histórias bem contadas, de notícias distrinchadas, de afeiçoarem-se aos personagens reais.
Não creio que o Jornalismo Impresso desaparecerá. Sua essência é e sempre será a essência do Jornalismo, mas, em tempos de modernidade o jeito é se adaptar, ou melhor, resgatar...

terça-feira, dezembro 26, 2006



O Poder da Rosa
aula de 07/10
A aula de 07/10 teve um gosto especial para mim. Nessa data apresentamos nosso seminário e o tema escolhido foi " A evolução feminina e a mídia". Esse é um tema que sempre me interessou, confesso que sou feminista, não fanática, mas um pouco ferrenha. Defendo a autonomia, a liberdade de expressão e social da mulher, acredito que a igualdade entre os diferentes é, sim, possível.
Por esses motivos me senti privilegiada em poder passar para a turma de Mídia e Poder um pouco desse panorama feminino e a influência da mídia na história da emancipação das mulheres.
Há 60 anos atrás eram raras as mulheres que trabalhavam fora de casa. O papel feminino ficava restrito aos cuidados com os filhos e com o lar. Muito pouco sabia-se dos anseios, desejos e tristezas das mulheres. Hoje, menos de um século depois, estou aqui, escrevendo em uma rede que tem portas abertas para o mundo, trabalho, estudo, tomo chopp com as amigas, tenho 26 anos e ainda não sou mãe. O melhor, não sou considerada solteirona nem vou ficar para titia como diziam antigamente.
Tenho orgulho das conquistas de minhas antepassadas, quando falo nesse tema falo não só por mim mas para reverenciar às que me antecederam. Hoje é mais fácil ser feminista, mas penso em quantas não foram execradas pela família, pela sociedade, sofreram violências físicas, morais e emocionais para que hoje eu pudesse contar um pouco de suas trajetórias, da nossa trajetória.
Tenho orgulho em ser mulher, com toda a força e as fraquezas, com as lágrimas e com os sorrisos, com o dom da vida e o respeito pela morte.
Sei que a estrada ainda é longa, mas não é impossível de percorrer.
O HOMEM E A MULHER

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano;
a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.
Vitor Hugo
**********************
Nessa data gostaria de fazer um parênteses para uma frase que me acompanha desde que a ouvi:
"De tantas árvores já não se pode ver o bosque".
Penso sempre nela, ora midiaticamente, ora pessoalmente.
De tantas informações não conseguimos descobrir quais realmente nos importam; de tantas aparências muitas vezes não sabemos mais quem somos nós.





La Bella Luna
aula de 30/09
Na véspera do dia 30/09 estava muito, muito cansada deitei cedo, não assisti televisão, não entrei na net, não ouvi rádio, me desliguei do mundo. Sábado quando chego na classe tenho a notícia do desaparecimento do avião da Gol, mais tarde a notícia de sua queda, sem sobreviventes.
Difícil se colocar no lugar não de quem foi, mas de quem ficou. Perder alguém que se ama deve ser uma das piores dores para o ser humano. A saudade, a dúvida, a incerteza. Nunca mais é tempo demais...
Começo essa postagem com um pensamento de respeito e força para aqueles que ficaram e a esperança de que, quando chegar a minha vez de ir, minhas crenças sejam verdadeiras e eu encontre, assim como todos nós e todos os que se foram nessa manhã, aquilo em que sempre acreditei.
Toda vez que recebo a notícia da morte de alguém, nesse caso de muitas pessoas, penso no quão precioso é o tempo que passamos em vida e muito mais em como o passamos.
Curioso como muitas vezes ouvimos o que gostaríamos de ouvir. Nessa aula falamos de alguns assuntos interessantes, a Cultura MC World que se camufla para entrar em determinado mercado, usa as roupagens que agradam a quem ela quer conquistar assim como a jibóia que se camufla até dar o bote.
Tivemos um "Pequeno Grande Seminário" abordando o Marketing Viral e o conceito do mercado que quer controlar e suprir as carências de tudo e de todos.
Mas meu pensamento ainda estava no acidente e então assistimos a um trecho do filme Microcosmos.
É impressionante como o mundo é surpreendente, como existe uma lógica e um ritmo para tudo, como em uma orquestra. Mais impressionante ainda é perceber que não nos damos conta disso. Um mundo cheio de descobertas, novidades, maravilhas e só reparamos na tecnologia, no avanço da globalização.
Minha casa tem uma sacada, a vista dá para uma avenida que de noite é bem tranquila. Em frente ao meu prédio tem uma árvore que precisa ser podada. Meu vizinho de janela tem um gato que gosta de se enroscar nas grades de fora do apartamento, de minha janela tenho uma visão privilegiada da lua.
Nesse dia, depois que cheguei em casa e parei um pouco na sacada foi que percebi tudo isso.




Principado da liquidez
Aula de 23/09
Quer ouvir uma música? É só ligar o IPod ou MP3. Assistir a um filme? Um DVD quase da espessura de uma folha de papel sulfite resolve a questão.
Em tempos de novas, novíssimas mídias tudo parece fluído, líquido. Dentro desse conceito a modernidade ganha novos ares. Tudo é fácil, pequeno, cada vez mais mutável...
O objeto não vale mais por si só, vale pela marca que representa. Coca-cola, Microsoft, Apple, Rede Globo. Todas as marcas que fazem parte do nosso dia a dia estão tão agregadas à nossa cultura que muitas vezes não percebemos se compramos o produto ou a marca. Porque a Coca-cola é melhor do que a Pepsi? Pelo sabor ou pelo slogan? Porque a Microsoft é a número um em credibilidade de softwares? Não existem outros à altura ou não acreditamos que existam?
Porque a Globo é a campeã em audiência? Pela qualidade de sua programação ou por que assim convencionou-se?
No século XVI Maquiavel escreveu " O Príncipe", um tratado para aconselhar e ditar as atitudes de quem está no poder. Como mantê-lo, como ampliá-lo e, se necessário, como reconquistá-lo.
Dentro do Principado de mercado em que vivemos não consigo deixar de pensar que nossos atuais príncipes estudam, passo a passo, a melhor maneira de manterem seus reinados sólidos e seus súditos sempre solícitos e consumistas.
A atual modernidade nos conduz a um Principado Líquido onde tudo é mutável, tudo depende do mercado, de seus lançamentos, tendências, novidades.
Difícil para todos nós é distinguirmos o que é realidade e o que é cultura de mercado, modernidade líquida, consumismo.
O tema do "Pequeno grande seminário" de hoje trata do maior conglomerado midiático do Brasil e um dos maiores do mundo, a Rede Globo.
O nome em si já é sugestivo. Globo refere-se ao mundo, à participação em tudo, a onipresença.
A Rede Globo de televisão mantém-se no trono há décadas. Seu carro chefe como se sabe são as novelas, ou melhor, a teledramaturgia. Aproximar-se do povo para cativá-lo, prender sua atenção para expor suas idéias, ditar moda, vender produtos e opiniões.
Não é difícil encontrar pessoas que não saem de casa até assistirem a determinado programa ou que discutam em defesa de seus personagens favoritos.
O que não podemos esquecer é que a Rede Globo é uma empresa, não uma entidade. Seus produtos agradam mas não devem comandar os gostos e opiniões cegamente. Nem tudo o que vemos na telinha é 100% da verdade.
Como diria a música do Skank "... somos dois contra a parede e tudo tem três lados..."

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Papai Noel existe!!
Antes de começar meus comentários a respeito da aula de 16/09 gostaria de pedir licença para um assunto que sempre me alegra. Essa postagem está sendo feita no dia 25 de dezembro, portanto, no Natal.
ADORO o Natal, sempre adorei. Primeiro quando criança pela expectativa do Bom Velhinho, depois, quando descobri que na realidade ele era uma lenda, passei a amar o Natal por ele mesmo. Na realidade não acredito que Papai Noel não exista.
É, acredito em Papai Noel. Não na figura do velhinho com o saco de brinquedos nas costas, mas acredito no espírito que rege o Natal...
Uma época em que tudo muda, as luzes se acendem e com elas as esperanças, pessoas se reencontram, reconciliam-se, famílias se reúnem, amizades são fortalecidas, renascem...
Alguns dizem que isso é passageiro, hipócrita, convencional. Acredito como alguns que o sentimento de união que o Natal traz deveria estar presente o ano inteiro, mas acredito também que muitas vezes o Natal traz a coragem que faltava para um pedido de desculpas, um beijo roubado, um aperto de mão...
E aí está o presente do Bom Velhinho!!!
Aula de 16/09
Agora todos nós podemos aparecer na TV!!! Pois é, essa é a proposta entrelinhas do YouTube, um site que veicula vídeos do mundo inteiro, feito por pessoas do mundo inteiro.
Uma nova mídia que dá poder a nós, simples mortais, de fazermos e aparecermos...
Difícil escapar da tentação de dar uma espiadinha ou de fazer parte dessa nova mania, fácil mesmo é entender porque o You Tube virou o estrondoso sucesso que é hoje.
O ser humano quer participar, sente necessidade em fazer parte do que acontece no mundo, em seu país, em sua cidade, em seu quintal. O instinto de socialização nos faz querer viver em bando ou, pelo menos, pertencer a um.
Exemplo vivo disso disso foi o tema abordado no segundo "Pequeno Grande Seminário". O Aprendiz 3 serviu de base para a discussão dos meios utilizados para atingir o sucesso, nesse caso, os meios são transmitidos em cadeia nacional.
Outro aspecto interessante é a forma como esse (não somente esse) programa é editado de acordo com os interesses da emissora, sempre preocupada com o ibope.
O sucesso a todo custo, humilhações consideradas como feitos normais na escalada para a vitória, pessoas que aprendem e ensinam a passar por cima de tudo e todos para atingir seu objetivo. Como diz a famosa frase, "Os fins justificam os meios", nesse caso acho que os meios são tortos demais.
Assistimos nesse dia a um trecho do documentário The Corporation sobre como a força de um conglomerado midiático pode tentar e, em alguns casos, conseguir encobrir a verdade.
Penso muito nisso, em profissionais que muitas vezes são obrigados a renderem-se à força dos meios de comunicação.
Acredito que não sejam poucos, mas acredito também que alguns profissionais lutam por uma comunicação mais justa, limpa e verdadeira.
Como ouvimos nessa aula,"Fora do mercado não há salvação", ou pelo menos querem que acreditemos nisso, mas, todo sábado quando entro no nosso ambiente de Mídia e Poder e vejo pessoas dispostas a pensar em uma bóia salva-vidas, acredito que exista uma luz no fim do túnel.

domingo, dezembro 24, 2006


Piratear ou não, eis a questão
aula de 02/09

Quem nunca gravou um programa que tenha gostado, não "baixou" na internet a música predileta ou até mesmo um CD inteiro? Pois é, parece que a moda da pirataria conquistou muitos países a ponto de se tornar questão eleitoral.
Na Suécia foi criado em janeiro desse ano o Pirat Partiet (Partido Pirata), com plataforma política pró-pirataria.
A questão é, piratear ou não? Com a disseminação das nova mídias, principalmente as digitais, o acesso a materiais artísticos e literários torna-se cada vez mais fácil e conquista novos adeptos dia a dia.
Fácil e de graça, uma combinação que atrai multidões, o difícil é definir se a pirataria é um monstro de sete cabeças ou uma forma mais democrática e socializada de levar cultura e lazer para uma grande parcela da população que não dispõe de recursos financeiros para financiar seus gostos literários e musicais, entre outros.
Essa realidade, como não poderia deixar de ser, chamou a atenção de todos nós alunos de mídia e poder.
É impressionante como em um único dia vários assuntos entram em pauta, uma confirmação de que nós, pessoas da comunicação levamos a sério esse título.
Outros pontos foram abordados, assistimos a trechos do filme Tempos Modernos de Charles Chaplin e constatei surpresa que há décadas atrás o problema da maquinização (acho que acabo de inventar essa palavra) humana já assombrava os pensamentos de muitas pessoas. Tivemos um "Pequeno Grande Seminário", o tema? Lula x A Imprensa. É, assim mesmo com letra maiúscula, como substantivo próprio. E não é?? A Imprensa se transformou efetivamente no quarto poder, diria até que ela já subiu um pouco na colocação. Quanto à sua relação com nosso Presidente...
O histórico não é muito entusiasmático, Lula no passado não tinha o carisma de hoje, também não tinha os assessores que tem hoje, os ternos, os marqueteiros, mas isso é outra história.
Algo que me alegra e alivia nisso tudo é que a Imprensa incomoda, para mim, esse é um bom sinal.
Muitos dizem que a Imprensa exagera, que é parcial, sensacionalista. Concordo, mas também acho que hoje ela pode veicular notícias impensáveis há 30 anos atrás, pode apontar erros, falcatruas, esquemas de corrupção, fazer críticas, questionar.
Esse é um enorme avanço não somente para nós que vivemos para e da comunicação, mas para todos.
Costumo dizer que o primeiro passo para uma ditadura é calar a boca da Imprensa. Enquanto ela estiver falando, mesmo que diga muitas bobagens, podemos respirar aliviados os ares da democracia.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Desbravando territórios

Dia 26 de Agosto, terceira aula de Mídia e poder; mais uma vez nos deparamos com assuntos atuais que modificam e delineiam novos territórios no nosso Planeta Mídia. Como não poderia deixar de ser o assunto inicial é o novo fenômeno que atende pelo nome ( próprio, quem diria...) de Orkut. Criado por um funcionário do Google, nome que dispensa apresentações, o site de relacionamento se transformou em febre, principalmente no Brasil onde cerca de 20 milhões de pessoas compartilham e trocam informações, recados, depoimentos, fazem e reencontram amigos, enfim, têm um vida virtual muitas vezes mais intensa do que a real. Dentro dessa realidade alternativa em que vivemos ( sim, eu também tenho orkut), muitas vezes nos esquecemos de que a vida se passa muito além da tela do PC. " Mapa não é território". Essa frase dita em aula me faz pensar na importância das teorias e na importância de não se ater somente à elas. Conhecer o caminho não é o mesmo que trilhá-lo. Mapear um território é muito diferente de desbravá-lo. Cada curva, cada planta, cada pedra fazem parte do meio e muitas vezes não estão no mapa. Assim é a vida, cheia de curvas, pedras, flôres, atalhos. Sou uma entusiasta das novas mídias, na realidade aprendi a ser, até os meus 20 anos não tinha idéia do que era um site, hoje, bom, até escrevo um blog!! (rsrs). Mas apesar do meu entusiasmo e de ser, como já disse, "cria da mídia", não deixo de olhar nos olhos, de bater papo no telefone ou no boteco da esquina; não me esqueço de aparecer, para um beijo estalado ou um café; não me acostumo com a saudade do contato, do cheiro, do afago. E acredito que assim deva ser. Adoro olhar os mapas, mas sou mochileira fanática nos territórios do afeto.

sábado, dezembro 16, 2006

Música para a alma

Enquanto escrevo sobre a aula de 19/08 ouço música, especificamente Celine Dion. Não, não sou assim tão clássica, gosto de tudo um pouco ( menos techno, argh!) e ADORO pagode, em especial(que surpresa não?), mas devo admitir que essa música em particular desperta alguns sentimentos nessa jornalista que vos fala. Para os curiosos, o nome é " Its All Coming Back To Me Now".
Sempre gostei de música, muitas letras explicam facilmente alguns momentos de minha vida, outras trazem inspiração, algumas são simplesmente para dançar, mas meu dia começa e muitas vezes termina com elas. Difícil imaginar um mundo mudo, sem canções, sem ritmo. Mais difícil ainda é vislumbrar que isso acontece muitas vezes, com muitas pessoas, em muitos lugares. Hoje conhecemos Hipócrates, o pai da medicina. Fomos apresentados a ele e à sua forma inicial de curar corpo e alma.
Conhecemos hoje aquele que é considerado há séculos o precursor da arte da cura. Para minha surpresa ele também usava música para curar. Conhecemos hoje um homem que há centenas de anos atrás dizia que corpo e espírito estão ligados, que poesia e música podem salvar vidas, que a parte não existe sem o todo. Hoje, dia em que vivemos, séculos depois, em um país onde as filas para exames são tão extensas e desumanas que pessoas morrem antes dos diagnósticos, que enfrentamos a vergonha de vermos nossas crianças padecerem de fome, de desidratação, de negligência. Coitado de Hipócrates hoje!! Certamente seria tratado como mais um louco e abandonado em nossas tão bem cuidadas " clínicas para deficientes mentais e psiquiátricos".
Mas hoje posso contar uma história que agradaria a Hipócrates e agrada em especial ao meu coração.
Moro em um prédio onde temos guarita e vigias, quatro que se revesam trabalhando 12 horas, dia sim, dia não. Um dos rapazes, seu nome é Jeová, tem quatro filhos é casado e, fiquei sabendo após algumas conversas, sua esposa sofre de um problema nos rins. Os médicos ( do SUS, claro), dizem que por conta de uma infecção urinária mal curada uma bactéria que eles não sabem qual é se alojou em um dos rins. Periodicamente a esposa do meu amigo vigia fica muito mal, não consegue andar, não pode ir ao banheiro sozinha, nem cuidar dos filhos, um deles inclusive com poucos meses de idade.
Nas várias vezes em que foi procurar auxílio nos hospitais passou por descaso, perda de exames, perdeu a fé e a vontade de procurar uma cura para seu problema. Há um mês teve uma grave crise, eu soube porque Jeová não veio trabalhar por três dias.
Uma noite voltando do trabalho parei para conversar mais uma vez, ele me contou sua peregrinação pelos hospitais, a dor da esposa, a preocupação com os filhos e o descaso do que deveria ser, de acordo com as palavras de nosso presidente, " Um sistema de saúde que beira à perfeição". Mal consegui segurar a vontade de chorar, confesso que muito em parte por indignação. Comecei a pensar e resolvi contar para algumas pessoas, talvez alguém conhecesse alguém que pudesse ajudar. O tio do meu marido resolveu conversar com um médico conhecido dele, providencialmente nefrologista (especialista em rins). O resultado : Jurema, esse é o nome dela, foi atendida, talvez um de seus rins tenha que ser removido, mas, graças a um discípulo de Hipócrates, talvez um dos poucos que siga o juramento feito após a diplomação ela, em breve, terá uma vida normal e ficará livre de uma vida presa à uma máquina de diálise.
Fico feliz por ela, mais feliz ainda pelo meu amigo vigia que hoje trabalha com um sorriso no rosto, mas penso: E os outros?